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Santa Maria é uma cidade peculiar, amo, ela sempre me surpreende e, quanto mais conheço sua gente, mais as admiro em seus caminhos. No início do ano, por exemplo, conheci o Movimento Tratado Cidadão (MTC), fruto de uma tese de doutorado da médica Jadete Lampert, professora aposentada da UFSM, e aplicado nas escolas de medicina brasileiras. É descrito em sua página da internet da seguinte maneira: "Um movimento embasado cientificamente, que busca auxiliar as interações entre instituições de ensino superior e as organizações de produção de bens e serviços para atender às necessidades e demandas da sociedade. Tem como foco a oferta de práticas orientadas aos estudantes dos cursos de graduação, que formam e entregam profissionais à sociedade, em ato público, com a declaração de que estão aptos a exercer a profissão.''
Aproximei-me e comecei a participar. Basicamente, é formado por ex-professores universitários da UFSM - secretamente amei esse fato, pois nada substitui bons mestres e seu comprometimento com o saber - e outros membros da comunidade que dedicam ou dedicaram suas vidas a instituições sempre na busca de construir melhorias e comprometidos com esses processos. O movimento está dentro da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM), o que não poderia ser diferente. A iniciativa não pode ser mais atual e merece uma atenção especial de todos por ser, segundo seus participantes, um movimento original da sociedade organizada de Santa Maria e região. Essa mobilização tem como foco facilitar e potencializar oportunidades de práticas orientadas a todos os estudantes dos cursos de graduação na sua área de formação com execução de trabalho acadêmico a ser apresentado em fóruns. Dessa forma, são levantados dados para análise do processo de interação entre instituições de ensino superior e organizações de produção de bens e serviços com o objetivo de aprimorar a coerência entre formação de profissionais e as necessidades e demandas da sociedade.
A ideia em prática tem como base, em síntese, a formação da cidadania. É um movimento de caráter permanente que vem sendo construído desde 2009. Este ano ocorrerão edições do 10º Fórum do Tratado Cidadão. A segunda edição do 10º Fórum está marcada para 23 e 24 de outubro, no Campus da UFSM, como bem coloca a professora Jadete.
Vejo a iniciativa como um formador de pontes, buscando interagir com as empresas e instituições públicas a fim de levar possíveis problemas para as universidades para a busca de soluções. Você pode dizer que isso já é feito, sim, mas o movimento se move para ampliar e fazer mais uma ponte. O movimento pode aparar arestas, o movimento quer quebrar muros, o movimento é o comprometimento de mestres que nunca pararam de aprender e ensinar. É fantástico, buscando construir novos modelos, quebrar velhos jargões como "o aluno não é mão de obra barata para as empresas". Não é e nem pode ser. Ele, aluno, entra com um projeto na empresa e, por fim, mostra ao empresário o quanto sua contratação fará diferença. Vamos quebrar o discurso de que eles se formam sem conhecer a realidade ou despreparados para ela, vamos construir pontes. O movimento tem o objetivo de colaborar, de apostar em ações para entregar para a sociedade profissionais que estejam preparados para dar o retorno a ela. Além disso, busca construir novas possibilidades de atuação dentro dos cursos e de seus universos de saberes. Ao completar 10 anos, a iniciativa permanece atual e será um importante instrumento, uma ponte disponível para as universidades e faculdades, sobretudo porque a legislação exigirá que 10% da carga dos cursos universitários seja em projetos de extensão.
O movimento conta com o trabalho voluntário de professores e de profissionais das mais diversas áreas e está aberto para novos professores e profissionais da iniciativa privada e da rede pública. É um espaço de construção, questionamentos e reflexões e o mais especial disso é que é acompanhado pelo saber dos bons mestres. Fazer com que o diálogo se afine, com que as propostas se unam. É um desafio e, como já falei anteriormente, juntos somos mais soluções.